Comunidades Quilombolas de Barra do Bugres: Memórias, saberes e fazeres.

Comunidade Água Doce e Território Vão Grande

Por iniciativa da escola José Mariano Bento, o Museu Casa Borges de Barra do Bugres, MT, apresenta, em sua quarta exposição virtual: “Comunidades Quilombolas de Barra do Bugres: Memórias, saberes e fazeres”. A exposição retrata um pouco da história das comunidades do Território Vão Grande e Água Doce, suas belezas e suas lutas, contadas por meio de fotografias, mapas, textos, narrativas e entrevistas.
São comunidades localizadas ao longo do rio Jauquara, e preservam uma cultura rica, manifestada por meio das danças, da religiosidade, da arquitetura, do artesanato, da agricultura familiar. Essa exposição é uma homenagem a essa preservação e resistência.

O Início

As Comunidades Remanescentes Quilombolas ficam localizadas entre as serras da região de Barra do Bugres, MT

“Uma das muitas expedições de exploradores no interior do país chegaram à região de Barra do Bugres em busca de ouro, poaia, madeira, coisas de valores. Liderada por Silva Velho, chegaram à região do Vão Grande, região de difícil acesso mas com terra e água farta, onde se instalaram, segundo informações passadas de pai para filho, já que não há registro da época.  Cansados dos maus tratos, trabalhadores indígenas, negros e prisioneiros paraguaios escravizados se rebelaram e se negaram a seguir viagem com o bandeirante, fixando-se no local denominado “Vão Grande””. ( Entrevista de Rafael Arcanjo Bento, natural da comunidade São José do Baixu, 2015).

Rafael Arcanjo Bento, morador da comunidade Baixio. Foto Maria Inez, 2013

O Território Vão Grande

Quando os primeiros habitantes chegaram à região, ela não era povoada e ali construíram suas famílias de acordo com sua cultura, seu modo de vida e sua ancestralidade negra, enfim suas especificidades. Mesmo que o processo de reconhecimento e posteriormente de certificação sejam individuais, como aconteceu o povoamento da região, o parentesco entre os moradores das comunidades nos leva a utilizar o termo “Território”, pois ali construíram seu espaço de resistência, sobrevivência e difusão de saberes e fazeres. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Vista do salto do Vão Grande. Foto Mário Friedlander.

Taipa

“A taipa de mão refere-se a uma técnica bastante utilizada em todo o Brasil e amplamente difundida por todo o país. Também conhecida como taipa, taipa de sopapo, taipa de sebe, barro armado ou pau a pique, essa é uma das técnicas mais utilizadas na comunidade. Para a elaboração deste material é necessário apenas terra, de preferência argilosa, água e alguns vegetais como a palha, para ajudar no agregar. A mistura pode ser feita de várias formas, na maioria das vezes feita com os pés. As paredes que são feitas com a taipa são construídas inteiras, ou seja, monoliticamente, por este motivo à medida que o tempo se passa as paredes se solidificam progressivamente. (Débora Mendes REIS, Arquiteta, 2013).

 Detalhes da Casa de Taipa. Foto Alessandra Carvalho.

A Casa Mais Antiga

No centro da comunidade Baixio, onde ficam a escola e posto de saúde, existe uma casa original, construída em 1971, bem preservada, com estrutura principal de madeira bruta enterrada no solo, paredes de taipa e cobertura de folha de palmeira Indaiá. A casa mede 3,50 x 10,00 metros, dividida em três cômodos: a camarinha, módulo central onde dormiam os filhos, e dois quartos nas extremidades. Externamente a casa tem apenas três aberturas, uma pequena janela e duas portas. (João Mário de Arruda ADRIÃO; Alessandra CARVALHO, 2015).

Detalhes da casa Antiga desde 2009. Fotos Alessandra Carvalho e João Mário Adrião.

As Comunidades do Vão Grande

A região das nascentes do rio Paraguai, onde está localizado o município de Barra do Bugres tem um grande número de comunidades tradicionais, que preservam parte de sua construção utilizando materiais e técnicas locais. A região do Vão Grande, localizada no município de Barra do Bugres/MT, abriga cinco comunidades remanescentes de quilombos (CRQs), isoladas entre si por áreas ocupadas por fazendas. São cerca de 300 moradores, grande parte vivendo da agricultura de subsistência, com poucas opções de geração de renda. As comunidades se localizam às margens do rio Jauquara, e são detentoras de grande acervo de construções vernaculares, casas de taipa de excelente qualidade que aos poucos vão sendo substituídas por casas de tabuas ou de alvenaria. (João Mário de Arruda ADRIÃO, arquiteto, 2019).

 

Comunidade Água Doce

Outras comunidades em Barra do Bugres são certificadas também pela Fundação Palmares como remanescentes do Quilombo, é o caso da Comunidade Água Doce, localizada próxima também ao rio Jauquara, mantem as tradições e costumes das comunidades quilombolas, porém com peculiaridades diferentes, como sua localização. (Alessandra CARVALHO, Turismóloga, 2020).

Histórico

A comunidade Quilombola Água Doce se localiza em uma região entre a Serra do Limboso e Rio Jauquara, região de cerrado, com terras férteis. Composta por 28  famílias (totalizando 113 pessoas). A comunidade fica ilhada, estando de um lado entre o rio Jauquara e do outro pela Serra das Araras, e, não tem ponte nem estrada. Para acessar a comunidade é preciso passar pelo munícipio vizinho, Porto Estrela, e atravessar o rio de barco ou na Tirolesa.

A economia se baseia em parte na produção de banana da terra. Estão situados em uma região privilegiada, possuem uma produção sem ataques de doenças e não há necessidade de adubos químicos ou agrotóxicos nas plantações.

Uma família da comunidade usa parte desta banana, para produção de bananas chips que até o momento vem sendo explorada. Além da banana, produzem mandioca para a fabricação de farinha, abóboras, criação de bovinos e animais de pequeno porte.

A comunidade tem seu costume de trabalho baseado no sistema de mutirão. A comunidade está em processo adiantado de titularização definitiva. Já possuem certificado da Fundação Palmares e os agricultores já possuem Inscrição Estadual.

Uma grande parte das famílias ainda permanecem, também, na área urbana, pois necessitam de uma renda maior e uma alternativa é trabalhar em empresas privadas. Em pleno século XXI ainda temos algumas famílias sem energia elétrica na comunidade, haja vista já ter sido executado um projeto do Luz para Todos, mas nem todas as famílias foram contempladas. (Dalva Cristiana do Nascimento, Economia Solidária, 2020)

Veja no mapa ilustrativo a localização das comunidades.

Reconhecimento

A luta pelo reconhecimento e valorização das comunidades remanescentes de quilombo no Brasil perpassa por diversas situações conflituosas e obscuras. As comunidades quilombolas que compõem o Território Vão Grande não se encontram isoladas desse contexto. As comunidades quilombolas mantenedoras de sua cultura material e imaterial, foram ao longo dos anos se constituindo nas mais variadas denominações, o que foi redefinindo sua identidade e suas lutas inclusive em nosso território Vão Grande, onde o processo de reconhecimento da identidade quilombola já vem sendo realizado há alguns anos. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

O Território Vão Grande luta por sua identidade: Escolha da Garota Quilombola em 2012. Foto Alessandra Carvalho.

Localização

O Território Quilombola Vão Grande está localizado a 74 km do Município de Barra do Bugres. Sua geografia montanhosa faz com que as comunidades estejam protegidas pelas altas serras das Araras. Com o rio Jauquara passando bem próximo das comunidades ora violento e hostil, ora calmo e silencioso, dependendo do seu volume de água, é considerado também um lugar de grande potencial turístico devido às várias cachoeiras, a sua fauna e flora. Compõem-se, portanto, o complexo quilombola Vão Grande as comunidades Morro Redondo, São José do Baixio, Camarinha, Vaca Morta e Retiro. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Vista área do Google Maps da localização das comunidades Tradicionais São Jose do Baixio. https://www.google.com.br/maps/@-15.2986825,-56.9683025,6048m/data=!3m1!1e3

Comunidade Camarinha

A comunidade Camarinha se encontra num pequeno vale de montanhas. As famílias se espremem num pequeno espaço de terra. De acordo com os dados da Fundação Cultural Palmares, a Comunidade Camarinha deu entrada em 2007 ao processo de certificação como comunidade remanescente de quilombo. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Comunidade Camarinha. Foto João Mário Adrião, 2017.

Grupos Étnicos

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) definiu as comunidades quilombolas como grupos étnicos – predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana –, que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Algumas comunidades, no caso da Vaca Morta e Retiro, fazem parte da mesma associação de moradores e com isso a área de suas terras consta no mesmo processo de certificação. Camarinha é a única com processo de certificação em andamento desde 2007. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Comunidade resgata as tradições por meio da dança. Foto João Mário Adrião.

Autoafirmação

Como dizem os moradores do Território Quilombola Vão Grande: “aprendemos com os mais velhos”. Algumas vezes relatam que não sabem o significado de alguns dos ritos da festa de Santo e justificam que seus pais faziam assim, que eles aprenderam também dessa maneira e assim foram repassando para os mais novos, outras coisas aprenderam na experiência. Utilizam a matemática aprendida com seus pais, tios e avós na confecção da balança artesanal, na construção dos barracões para abrigar os convidados durante as festas, na produção de farinha de mandioca, na produção de rapadura de cana de açúcar, nos preparativos das festas de Santo, no trabalho nas fazendas e nas roças. Devido às centenas de anos de invisibilidade e negação de direitos, alguns deles não reconhecem a sua matemática como um saber, foram convencidos através dos anos que seus conhecimentos não são legítimos e como tal não têm validade.

A autoafirmação e o reconhecimento do ser quilombola, de sua ancestralidade negra pode ser o caminho para colocar todos do mesmo lado da linha, ou seja, com seus saberes e fazeres legitimados, não somente como sujeitos de deveres, mas também de direitos. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020),

Apresentações. Fotos e Alessandra Carvalho e Maria Inez.

Relações de Parentesco

Segundo os mais velhos, seus antepassados habitavam a região há mais de 200 anos. Algumas famílias ali chegaram, fixaram moradias e se casaram entre si, as quais fundaram novas comunidades, isso explica a relação de parentesco, são bisavós, bisavôs, avós, avôs, tios, tias, sobrinhos, sobrinhas, primas e primas. Um lugar de pessoas humildes, honestas e respeitosas que ainda guardam os saberes e fazeres herdados de seus ancestrais. A cultura, a religiosidade, as festas de santos, as rezas, as ladainhas, os mitos, as lendas, o respeito aos mortos, os cumprimentos aos mais velhos e os saberes referentes ao plantio e colheita, constituem especificidades das comunidades negras rurais. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Retrato de Maria Eulália Lima. Foto João Mário Adrião.

A Invasão das Terras

A comunidade Camarinha, provavelmente pela beleza, pela terra que, é uma das melhores, pela abundância da água, foi sendo a mais cobiçada pelos fazendeiros e, com isso, teve os primeiros moradores que perderem suas terras e suas moradias, muitos foram embora por falta de condições para se sustentarem já que não tinham mais a terra e nem o dinheiro da venda da terra e outros foram abandonando suas terras por falta de condições de sobrevivência. Hoje os poucos descendentes dos antigos que ainda permanecem no local vivem em um pequeno espaço de terra, sem lugar para construir casas para os filhos que se casam e desejam ficar na própria comunidade, sem terra para plantar em grande quantidade para que os excedentes consigam vender para o sustento da família, sem possibilidade de negociar sua diária ou seu salário na fazenda, pois não existe outro meio de trabalho por perto. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

A terra é uma conquista, mas sempre uma luta. Foto Alessandra Carvalho.

A Luta Pela Terra

De acordo com os moradores do Território Quilombola Vão Grande, seus ancestrais habitam a região há mais de 200 anos. Quando chegaram, não havia nenhum morador, a região era de mata fechada, mas com o passar do tempo, foram chegando os fazendeiros, alguns diziam ser proprietários das terras e que vieram tomar posse, outros falavam que queriam somente morar na região e precisava de um pedaço de terra para plantar e morar, mas aos poucos deixavam transparecer seu interesse em apossar da terra. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Vista aérea da região da Comunidade Camarinha – Serra Camarinha. Foto Mário Friedlander

 As comunidades de refugiavam nas regiões mais altas: Foto Mário Friedlander

Titulação das Terras

Por muitos anos os moradores foram ameaçados, e, tiveram que procurar apoio e orientações em instituições municipais, estaduais e federais, para garantirem a posse e a segurança da terra e da família. (Alessandra CARVALHO, Turismóloga de Barra do Bugres, 2020).

Comunidade Camarinha fica bem próxima a Serra. Foto João Mario Adrião.

Cuida da sua terra

[…] ele perguntou essa terra lá como que é, eu falei aqui tem uns fazendeiros que estão querendo tomar de nós, ele falou essas terras vocês já requereram? Eu falei não nunca requeri ainda estava meio esquecido isso aí o deputado falou cuida na sua terra porque agora a lei é diferente. Vocês sabem que esses fazendeiros eles estão enxergando tudinho. Daqui uns dias eles chegam lá e botam vocês fora. Vocês cuidam no que é seu eu estou te falando”. (Morador da comunidade. Abril de 2019).

Vista panorâmica da Comunidade Camarinha. Foto João Mário Adrião.
Comunidade Morro Redondo. Fotos João Mário Adrião.

Modo de Vida, Saberes e Fazeres

Educação escolar quilombola

Na educação escolar quilombola, havia a resistência de alguns professores em discutir algumas temáticas, de falar sobre as religiões de matrizes africanas. Devido às especificidades da educação escolar quilombola, criou-se as Ciências e Saberes Quilombolas, composta por três disciplinas, “Prática em tecnologia social”, “Prática em cultura e artesanato quilombola” e “Prática em técnicas agrícolas quilombolas”. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

As aulas práticas resgatam a tradição. Fotos Antônio Marcos Pereira da Silva

Sala de aulas nas estruturas adaptadas. Foto Alessandra Carvalho

A Escola

Quando o senhor José Mariano Bento veio a falecer, seus filhos assumiram a tradição da festa de São José que era de seus pais. José Mariano Bento também foi homenageado quando seu nome foi utilizado para a denominação da escola do território e que se situa na comunidade Baixio, assim ficou sendo denominada Escola Estadual José Mariano Bento. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Aula prática de ervas medicinais usadas pelas comunidades. Foto Antônio Marcos Pereira Silva

Matemática

“Eu não sabia ler nem escrever, acho que desde os meus sete anos eu já sabia contar, porque meu pai me rumava pra contar os cabia que 2 dedos de bananas era 2, eu não conseguia memorizar 2 mil dedos de bananas, eu não conseguia rumar aqui 2 mil dedos de banana, mas se eu contasse até 100 cortava um pedaço de pau e colocava aqui e colocava aqui 20 pedaços eu sabia que cada pedaço era 100. Então, se eu colocasse 20 pedaços eu sabia que tinha 2 mil, eu não sabia escrever 2 mil, mais eu sabia que era 2 mil por causa daqueles pedaço que cada um valia 100 e assim eu sabia que tinha 2 mil, que fosse 3 mil, que fosse 4 mil”. (Morador da comunidade Baixio . Outubro de 2018).

A comercialização da banana é principal meio de sobrevivência das comunidades. Foto Alessandra Carvalho

Agricultura

Os meios de produção agrícolas das cinco comunidades do Território Vão Grande são praticamente as mesmas. Plantam culturas de subsistência para consumo e o excedente é comercializado. A banana é a cultura mais presente nas roças, após vem mandioca, abobora, milho, feijão, batatas, e alguns ainda plantam o arroz. Utilizam de técnicas que foram ensinadas pelos mais antigos, como armazenar sua produção de um ano para outro, adquiriram experiências e saberes sobre produção de alimentos variados, fazem uso dos calendários das próprias comunidades quando escolhem os melhores dias para roçar, plantar e colher os alimentos, cultura transmitida de geração a geração. O trabalho na roça era dividido entre o esposo, esposa e filhos e por muitos anos as famílias mantiveram esses costumes. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Produções agrícolas na comunidade Água Doce. Foto Moacir Rodrigues

Roça de toco

“Roça de toco de coivara, roça, derruba e queima aí os galhos que ficam é que chama descoivarar, junta os galhos que fica, amontoa e queima e se tiver sujo, capinar pra plantar, mas é assim tudo no tempo certo é bom demais essa roça, melhor até do que gradeado. Esse não acaba com a terra e a gradeação vai só acabando com a terra, enfraquecendo e roça de toco não”. (Morador da comunidade Morro Redondo. Abril de 2019).

Agrotóxicos

“Para a limpeza da roça, agora tem muito veneno, agrotóxico, e nós não fomos criados cuidando de nossas plantas com veneno, é só na enxada, eu não mexo com agrotóxico para colocar na minha roça, a terra já fica intoxicada”. (Morador da comunidade. Baixio Abril de 2019).

A lua boa

“Pra você bater feijão pra guardar, pra não criar bichos, tem que ser na lua boa na lua minguante, se bater na lua forte guardar na lua forte quilera tudo vira aquela lendeiada, enche de bicho, tudo isso a gente tem que saber, tudo isso aprendemos com nosso pai”. (Morador da comunidade. Baixio Abril de 2019).

O calendário agrícola das comunidades depende tanto da natureza, quanto da religiosidade. Foto Alessandra Carvalho.

Ervas medicinais

A diversidade de plantas medicinais conhecidas no quilombo é bastante elevada e a obtenção das plantas na própria comunidade sugere uma forte correlação entre o uso e o conhecimento tradicional das plantas e a possibilidade de obtê-las no local, com isso surgiu a ideia de criar um projeto para, junto com a comunidade, resgatar o uso das plantas medicinais na prevenção e tratamento de algumas enfermidades e realizar um estudo sobre o uso e o conhecimento tradicional de plantas medicinais do quilombo. (Antônio Marcos Pereira da Silva e outros autores da escola José Mariano Bento, 2015)

Repasse das tradições fazem parte do currículo escolar. Foto Antônio Marcos Pereira

Trabalho e Renda

A região possui vegetação própria do cerrado, com serras imponentes, fauna e flora muito ricas em diversidades, canyons, córregos, riachos e Rio Jauquara, que corta todo o Território com suas corredeiras e quedas d’água e ainda contribui para a alimentação e geração de renda para as comunidades. A renda dos moradores é proveniente da agricultura familiar, aposentadoria, bolsa família e emprego nas fazendas. Como é típico da agricultura familiar, cultivam arroz, feijão, milho, mandioca e banana, sendo que esta última é a de maior produção. As tarefas nas roças são feitas no sistema de muxirum, seja no plantio, na colheita ou limpeza das mesmas, em que os homens são responsáveis pelo trabalho no campo e as mulheres se encarregam de preparar a alimentação. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Beleza entre as pedras, o rio e as serras. Foto João Mário Adrião.

A casa

Nos fundos das casas uma cozinha feita de barro e palhas com fogão a lenha. Construções feitas por homens e mulheres que não dispunham de meios para outros tipos de construções retiravam da natureza aquilo que iriam precisar para construir sua casa e, às vezes, sozinhos ou na maioria das vezes por meio de mutirão levantavam sua moradia. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Fogão a lenha. Foto Mariluce Lina da Silva
O saber e o fazer, passam por gerações. Foto Mariluce Lina da Silva.

A cobertura de palha

Eu aprendi com meu pai, nós tudo tempo nosso barraco sempre é só de palha mesmo, desde criança a gente vai vendo, até que a gente aprende né, quando a gente separa já se querer dizer assim tirar a palha e risca, dobra, dobrar é para ele fica assim: dobra ele e penteia ele no chão, assim ajeitar ele, é bom para outro dia, ai outro dia cubre, ai que fica assim, assentado, bom ai tira cipó né, esse ai pra amarrar ou prego né, se quem queira no prego é no prego, só que no prego é ruim, que a paia acaba logo e para desmanchar é difícil demais né, no cipó é facinho pra desmanchar.” (Festeiro, entrevista realizada em setembro de 2016).

A palha tem um período certo pra ser retirada. Fotos João Mário Adrião e Alessandra Carvalho.

Linguajar

Os moradores dessa região possuem um linguajar próprio, um jeito peculiar de cumprimentar os mais velhos, que se realiza com um toque leve e suave nas mãos, seguido de um toque nos antebraços. Ainda preservam seus costumes como nas manifestações culturais e religiosas. Seus artesanatos e comidas típicas ainda são bem presentes nas comunidades. Lendas, contos, mitos e histórias ainda permeiam o imaginário de muitos, principalmente quando contadas pelos mais velhos em rodas de conversa. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Cumprimentos e respeito aos mais velhos. Foto Maria Inez, 2013

Cozinhar

“E tudo isso eu aprendi com minha mãe, ai eu cozinhava para todas as festas, todas as pessoas vinham me chamar e pedir pra eu cozinhar, quando fui ficando mais de idade que a gente vai ficando com algum problema que não pode mais estar mexendo com quentura de fogo ai que foram parando mais de pedir pra mim cozinhar, mas eu cozinhava demais nas festas, desde de menina pequena na casa de mamãe mesmo, ai mudemos para cá, foi a mesma coisa, todo ano era eu que cozinhava, comida para muita gente, vinha gente de muitos lugares, ônibus de Cuiabá era parentes e muitas pessoas que não era mas que vinham”. (Festeiro, entrevista realizada em setembro de 2016).

Nas tradições das festas a família têm todos um costume alimentar – Foto João Mário Adrião

As fases da lua

A época propícia para o plantio, é determinada pelas fases lunares. A extração da madeira e da palha para a construção das casas, também respeitam os saberes dos mais velhos. Estes afirmam que, caso não sejam feitas da maneira adequada, a construção não oferece durabilidade, e a colheita não será abundante. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Tirar a palha no momento certo é uma tradição. Foto João Mário Adrião

Etnomatemática

A matemática praticada pelos quilombolas do Vão Grande tem sua origem e difusão no seio familiar, nos momentos em que se encontram e as conversas convergem para as questões sobre a influência da falta de chuvas nas plantações ou nas pragas que estão atacando a lavoura e, até mesmo, o quanto a pesca foi abundante. A etnomatemática é o método utilizado pelos moradores do Território Quilombola Vão Grande na cubagem de terras, um sistema chamado de não convencional pela sociedade, mas que para eles é capaz de solucionar os problemas do seu cotidiano. Os sistemas de medidas utilizados por eles são a vara, a braça, a tarefa, alqueire e o litro.  Quando estão nos seus afazeres na roça e necessitam medir o trabalho realizado, recorrem aos mecanismos mais empregados nesse processo que é se colocar em pé com o braço levantando e cortar a vara nessa medida e assim calcular a tarefa. São saberes matemáticos que resistem ao tempo, mas inexistentes aos olhos da sociedade”. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Conhecimentos, saberes, tradições passadas por gerações. Foto ICMbio, 2008

Festividades e Religiosidade

Os altares dos santos

“Os altares dos santos estão presentes em todas as casas quilombolas.  Esses santuários são partes dos elementos que estão presentes nas manifestações religiosas dessas comunidades, são confeccionados pelos próprios moradores, e se apresentam as mais simples as mais enfeitadas. São símbolos de devoção cristã, que mistura elementos da cultura afro-brasileira”. (Maria Helena TAVARES, Professora e Diretora da E.E. José Mariano Bento, 2017).

Comunidade São José do Baixiu leva o nome em homenagem a São José, santo padroeiro da Comunidade. Foto João Mário Adrião
A casa é toda enfeitada, mas o altar sempre é centro da festa. Foto João Mário.

A reza minha mãe ensinava, a gente rezar desde quando a gente era pequenininho… cresceu nesse costume. Então a gente respeita muito a reza dos santos. Quando a gente vai na festa, assim, eu falo que vou mais para reza né, pra reza e cumprir a devoção, porque desde pequeno minha família me ensinou isso, que a gente tem que ir ali para ajudar e para colaborar com a festa, e assim quando eu era criança eu ia na festa e chegava lá, a gente ia para ajudar, e para se diverti também. Não é só para ajudar, a gente ia para se divertir, mais a gente acabava ajudando de um modo que a gente ficava junto com os adultos ali, fazendo o que eles faziam também, vendo eles fazendo e aprendendo e fazendo também, tipo assim…era um aprendizado para nós que era pequeno e assim foi… Passa de geração para geração né vai passando.” (Festeira, entrevista realizada em setembro de 2016).

As orações são passadas de pais para filhos – Fotos Maria Helena Tavares

As comidas das festas de santo

“Pois na parte da alimentação primeiro a gente pilava, socava ele no pilão socava um monte de arroz pra festa era de dois alqueires ai socava ai arrodeava tudo para catar ai era aquele monte de gente tanto faz mulher, criança, homem tudo junto fazia essa parte a gente pegava muitas vezes boca da noite ia até meia noite socando ai depois que a gente socava tudinho arrodeava catava e guardava, ai na parte de fazer o arroz naquele tempo eles não temperava era sempre arroz sem sal, colocava numa panela grande de barro era panela de barro e colocava água e ali era mais de quarta que falavam eram mais de 6, 12 litros de arroz que colocava em cada panela esperava e fazia o arroz. Ai ia para feijão como que a gente fazia o feijão? o feijão primeiro vem da roça arrancava fazia o manejo do feijão batia daí fazia o mesmo processo catava o feijão ai cozinhava ai pra temperar o feijão sempre com gordura de porco que fazia era muito gostoso, alho, bastante alho ia temperava o feijão fazia já o feijão e arroz já. Socando o arroz para o bolo da festa em honra a Nossa S. Aparecida 80 estava pronto.” (Festeira, entrevista realizada em setembro de 2016).

Pilão usado para socar os alimentos. Foto: Mariluce Lina da Silva

Festa de santo no Morro Redondo

(…), Moro aqui na comunidade Morro Redondo Vão Grande desde que eu nasci. A festa de santo que todo ano que todos aqui da comunidade faz começa uns seis meses antes se preparando para a festa primeiro procura o boi vai caçando o boi que vai matar no dia da festa na véspera ai vem as casas que precisa vai procurando palha de babaçu pra fazer os esteios já vai pegando cortando e deixando ali do lado vai também deixando as galinhas os porcos que são para a prenda desde antes vai deixando engordar vai passando os meses minha mãe e mais duas comadres dela tirar esmola e pedir ajuda para fazer a festa em todas as comunidades, Currupira, Bauxi, elas foram esse ano que passou.” (Filha de festeiro, 23 anos, entrevista realizada em setembro de 2016).

Da escolha do gado ao erguer o mastro na festa, tudo passa por um ritual, uma tradição. Foto Alessandra Carvalho.

Preparação da Festa

Na preparação da festa de santo tem o envolvimento de toda comunidade, quando vai chegando a última semana, que é preparado às decorações da sala, do altar, das bandeiras eles pegam a lenha é feito os biscoitos e quando chega os últimos três dias que começam a chegar, mais gente na festa da própria família ou das comunidades – Mãe e filha fazendo farinha 84 vizinhas pra ajudar a construir os barracos que são feito pra cozinha, armar rede e terminar as preparações o mastro também só pode tirar na véspera da festa o boi do santo também tem que ser matado na véspera.” (Entrevista com Rafael Bento, em setembro de 2016).

Tradições. Fotos Maria Inez e Alessandra Carvalho

Capitão do Mastro

“Todos têm sua função, o capitão do mastro vai tirar e limpar, aí depois tem que subir, amarrar a cruzeta que falam, um pauzinho pequeno pra bandeira não cair, no mastro já fica o gancho embaixo, em cima tem que amarrar, a dele é até depois que descer o mastro guardar ele, aí acaba a função do capitão do mastro”. (Morador da Comunidade Baixio, março de 2019).

Devoção e tradição. Foto Maria Helena Tavares.

Nossa Senhora Aparecida

“Pra mim eu tenho muita fé em Nossa Senhora Aparecida creio que eles os meus pais tiveram muita fé para fazer uma devoção desse tamanho que é a nossa festa, que dá trabalho isso dá, piorou nós que somos donos da casa, tem que dar atenção e trabalhar muito mais do que quem vem para ajudar, e pra mim é uma devoção também junto com eles, pois se eles fizeram que tem que rezar tem que fazer isso, é uma fé que nós temos em Nossa Senhora Aparecida, ela mesmo ajuda nós, parece que eu não sei mais ficar sem fazer essa festa nenhum ano e tenho certeza que eles também não, que quando vai chegando perto da data da festa eles já vai pensando nós temos que fazer isso, aquilo, chamam os irmãos mais velhos para conversar com eles como que vai ser feito, o que teremos que fazer antes do dia da festa.” (Filha de festeiro, entrevista realizada em setembro de 2016).

Altar de devoção de Nossa Senhora Aparecida, Foto João Mário Arruda Adrião

A Chegada dos Visitantes

“Todos ajudavam a organizar uns chegava adiantado três quatro dias outros chegavam na véspera da festa era desse jeito era muito bonito agora hoje que está assim bem cedo todo mundo já vai embora mas também nesse tempo ninguém trabalhava de emprego pra ninguém trabalhava por conta trabalhava por conta não tinha nada de emprego vinha e voltava hora que quisesse ninguém estava nem ai todo mundo fazia trabalhar na roça agora hoje não todo mundo tem seu emprego e se perder ele perdeu.” (Festeiro, entrevista realizada em setembro de 2016).

Decorações para os festejos, Fotos Alessandra Carvalho

Religiosidade

Os moradores da Comunidade Baixio, como das outras quatro comunidades, em sua maioria, são católicos e professam sua fé e religiosidade nas festas de Santo, nas rezas, nos terços, rezados praticamente todas as semanas e nas missas celebradas uma vez por mês. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Altar de devoção. Foto Alessandra Carvalho

Códigos

“Nas comunidades quilombolas existem os códigos que somente eles entendem. Durante os festejos em adoração ao Santo, no momento da ladainha ou da dança do São Gonçalo, eles se comunicam entre si, de maneira peculiar que somente os mais atentos ou os que conhecem essa forma de comunicação percebem. Quando existe um código público no qual agir assim significa um sinal conspiratório, é piscar”. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Espiritualidade e fé. Foto Maria Helena Tavares

Cururueiro e Capelão

“Pelo jeito que daqui uns tempos vai acabar, vai acabar cururueiro e capelão, porque esses novos de agora não se interessam mais por isso, de jeito nenhum como diz meu irmão, de primeiro os novos interessavam, quando os velhos cansavam de cantar os novos pegavam faziam aquele rodão, naquele tempo folgando vinha cantando, quem não sabia ia aprendendo com aqueles que já estavam mais práticos. Então é esse restante que ainda tem hoje que nem compadre Maximiano, Inácio, eu e os outros também e esses de agora pelo jeito que a gente vê não tem mais esse interesse e nós todos sabemos que nós já estamos do meio pro fim, bem dizer…” (Morador da Comunidade Baixio. Março de 2019).

Cururu canta a natureza e a beleza da camponesa. Foto Maria Helena Tavares e Leila Campos

A Festa Continua

Aqui nós não deixa acabar, porque nós inventamos qualquer coisa, gente vai espalhando gente pega uma viola canta siriri ou então canta cururu, não quer dizer que nós vamos dormir também tem que passar a noite brincando festando, nós inventa qualquer brincadeira aí eu sei que a festa continua”. (Morador da Comunidade Baixio. Março de 2019).

Festeiros após apresentação cultural. Foto Alessandra Carvalho.

Os Rios e a Natureza

Saneamento Básico.

Um dos grandes problemas da comunidade Morro Redondo, assim como nas demais comunidades, é a falta de saneamento básico, sendo a água o maior de seus problemas, segundo relatos, na terra de um dos moradores há uma mina de água, porém ela é salobra. A mina de água doce que existe está na propriedade do fazendeiro, e temem que o rebanho bovino acabe por destruí-la. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Projeto Piloto de saneamento básico do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unemat. Foto João Mário Adrião, 2017.

Travessia

“Quando o rio Jauquara estava cheio, o percurso que o transporte escolar faz demora, aproximadamente, uma hora. Os alunos precisam trocar de ônibus, atravessar a passarela, do outro lado há outro ônibus à espera”. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Passarela sob o rio Jauquara: Foto João Mário Arruda Adrião  

Usina Hidrelétrica

Tem-se conhecimento de que, aproximadamente 10 anos, estão sendo realizados estudos sobre o potencial do Rio Jauquara na produção de energia elétrica. Durante esse tempo, medições do nível da água vêm sendo efetuadas por representantes de empresas que exploram o setor energético. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra do Bugres, juntamente com a Associação de Pequenos Produtores Rurais São José do Baxius e Menino Jesus – Morro Redondo,  desde 2008 solicita ao INCRA informações sobre os estudos feitos na região de Vão Grande para construção de Usina Hidrelétrica no rio Jauquara, informando o quanto isto vai prejudicar as famílias quilombolas que residem nas cinco comunidades remanescentes nesta região. (Madalena Santana de SALES, professora E. E. José Mariano Bento, 2020).

Comunidade ora e luta pra sobreviver. Foto Leila Campos

Projetos e Parcerias

As comunidades quilombolas de Barra do Bugres por seus aspectos culturais e naturais, devido à localização geográfica, sempre foram foco também de atenção de Universidades Estaduais, Federais e outras instituições, que veem no seu patrimônio uma fonte de pesquisa ou de integração social, turismo e lazer. (Alessandra CARVALHO, Turismóloga de Barra do Bugres, 2020).

As Intempéries

Há dois períodos bem característicos nessa região que dificultam a vida de todas as comunidades rurais. Um é o período de cheia, que vai de dezembro a março, em que atoleiros nas estradas, e enchentes dificultam o translado. Outro é o período de seca, principalmente entre julho, agosto, setembro e início de outubro. Nesse período, a seca além de prejudicar a lavoura, aumenta o número de queimadas, sejam acidentais ou não. Mas, a luta pela sobrevivência nessas terras supera essas intempéries e faz com que as comunidades resistam e preservem sua cultura, entre o fogo ou a tempestade. (Alessandra CARVALHO, turismóloga de Barra do Bugres, 2020).

Queimada casa Tradicional. Foto Alessandra Carvalho

Dia do Rio Jauquara

Renascendo das colinas suas forças sem igual,

 cortando serras e montanhas com destino ao Pantanal.

Trazendo esperança e vida para nossos corações seu existir é uma herança pras futuras gerações.

Rio Jauquara, rio Jauquara vai aqui a minha luta, essas águas que não param.

 Rio Jauquara suas águas cor de anil, és aqui minha homenagem 28 de abril.

(Autoria: Benedito Ilino da Silva. Abril de 2019).

Rio Jauquara. Fotos Alessandra Carvalho, Viviane Dourado e Moacir Silva

Relatos e contos de alunos da Escola Estadual José Mariano Bento sobre suas memórias.

As histórias dos alunos vão além da vida cotidiana, relatam as grandes dificuldades vividas por longos anos.

Lembranças, memórias…

Fontes:

Reis, Débora Camila. Mendes. Casa da Benção: Proposta de uma casa de oração para comunidade quilombola São José do Baixios-MT. Monografia/UNEMAT. Barra do Bugres/MT, 2013.

DIAS, Maria Helena Tavares. Entre memórias e narrativas dos Festeiros das Feastas de Santo do território quilombola Vão Grande, 2017.f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Instituto de Educação, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2017.

SALES, Madalena Santana de. Os Fazeres e os Saberes Etnomatemáticos Praticados Pelos
Habitantes do Território Quilombola Vão Grande
. Barra do Bugres, 2020. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) – Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas. Universidade do Estado de Mato Grosso, 2020. Orientador: João Severino Filho

ADRIÃO, João Mário de Arruda; CARVALHO, Alessandra Ribeiro de; DEMARTINI, Juliana. A casa no quilombo Baixius. VI Seminário Mato-Grossense de Habitação de Interesse Social. Cuiabá/MT, 2015. Universidade do Estado de Mato Grosso.

SILVA, Antonio Marcos Pereira da et all. Uso de Plantas Medicinais no Quilombo. Escola Estadual José Mariano Bento. Quilombo Baixio, Barra do Bugres – MT, 2015.

Equipe

Representantes das Comunidades:

. Berenice Pereira. Moradora do Distrito Currupira.
. Mariluce Lina da Silva. Moradora da comunidade Vaca Morta, Porto Estrela
. Moacir Rodrigues da Silva. Morador da comunidade Água Doce
. Rafael Bento. Morador da comunidade São José do Baixio

Professores da Escola Estadual José Mariano Bento:

. Maria Helena Tavares

. Antônio Marcos Pereira da Silva

. Madalena Santana de Sales

. Márcia Resende de Sousa

. Leila Campos

Edição, produção e assessoria:

. Alessandra Ribeiro de Carvalho – Turismóloga da Prefeitura Municipal de Barra do Bugres.
. Gabryelle Guedes Soares – Acadêmica do curso de arquitetura e urbanismo da Unemat campus Barra do Bugres; Bolsista do projeto de Extensão
. Larissa Borges Lourenço -Arquiteta; Bolsista do projeto de Extensão
. Viviane Dourado – Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unemat campus Barra do Bugres; Bolsista do projeto de Extensão
. João Mário Arruda Adrião – Professor no curso de arquitetura e urbanismo da Unemat campus Barra do Bugres.

Colaboradores:

Rodrigo Faccioni – Agricultor e ex-secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável de Barra do Bugres, MT.

Dalva Cristiana do Nascimento. Economia Solidária.

Acadêmicos da Escola Estadual José Mariano Bento.

4 comentários em “Comunidades Quilombolas de Barra do Bugres: Memórias, saberes e fazeres.

  1. Amei esse projeto e agradeço imensamente todos os colaboradores. Parece que não, mas foram anos de trabalho, tanto dos professores, pesquisadores, colaboradores, como dos fotógrafos e equipe de assessoria.

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